domingo, 15 de julho de 2012

MENINGITES

MENINGITE

Significa inflamação das meninges que são membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Etiologia:  bactérias, vírus ou fungos.

As meningites têm distribuição mundial e sua expressão epidemiológica depende de diferentes fatores, como o agente infeccioso, a existência de aglomerados populacionais, características socioeconômicas dos grupos populacionais e do meio ambiente (clima).
De modo geral, a sazonalidade da doença caracteriza-se pelo predomínio das meningites bacterianas no inverno e das meningites virais no verão.

Foto: Estrutura do sistema nervoso e LCR
(Fonte: GEOCITIES, 2007)
disponível em: http://arquivo.fmu.br/prodisc/farmacia/avs.pdf

Foto: Meninges
(Fonte: DRAUZIOVARELLA, 2007)
Disponível em: http://arquivo.fmu.br/prodisc/farmacia/avs.pdf

MENINGITE BACTERIANA

O QUE É?
Doença contagiosa, causada por bactérias, caracterizada pela Infecção aguda das meninges. O Haemophilus influenzae (hemófilos); Streptococcys Pneumoniae (pneumococos),: 20-30% óbito, 50% seqüela; Neisseria meningitidis (gonococos): 10-15% evolução desfavorável; estas bactérias são responsáveis por 80% dos casos, seguidos pela Mycobacterium tuberculosis (complicação da infecção tuberculosa)L. monocytogenes (2% a 8%.), as Bactérias gram negativos, Streptococcus e S. aureus causam meningite em grupos ou situações mais específicas. A meningite bacteriana é muito mais grave do que a meningite viral

Foto: Bactéria meningocócica
(Fonte: MENINGITISSUK, 2007)
Disponível em: http://arquivo.fmu.br/prodisc/farmacia/avs.pdf

Foto: Meningite pneumocócica
(Fonte: BROWN, 2007)
Disponível em: http://arquivo.fmu.br/prodisc/farmacia/avs.pdf
 COMO É TRANSMITIDA?
Pelo contato direto pessoa a pessoa, através das vias respiratórias (gotículas da fala, tosse, espirros, com secreção da nasofaringe infectada se contato íntimo (menor de 1 metro de distância com o infectado)  para contatos residentes da mesma casa, pessoas que compartilham o mesmo dormitório ou alojamento, comunicantes de creche ou escola, companheiros ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente.
 Foto: Infecção por Streptococcus pyogenes

(Fontes: LIB, 2007; MJA, 2007) 
Disponível em: http://arquivo.fmu.br/prodisc/farmacia/avs.pdf

COMO SUSPEITAR DA DOENÇA?
Rigidez na nuca (rigidez da musculatura do pescoço em 80% dos casos), febre alta, dor de cabeça intensa, vômitos em jatos, petéquias ou púrpuras, Convulsão: 25-30% dos casos.
Quando o paciente com meningite chega ao hospital com pressão muito baixa (choque), convulsões (ataques) ou confusão mental muito grave, é sinal de que é uma forma grave da doença que pode apresentar letalidade alta.

COMO PREVENIR?
Higiene das mãos com água e sabão. Vacinação: Verificar o esquema da vacina Haemophilus influenzae tipo b (Hib), conjugada com a DTP (difteria, tétano e coqueluche), 3 doses em menores de 1 ano, no 2º, 4º e 6º mês de vida, encontrada na Rede Pública; controle dos contatos dos indivíduos infectados, esclarecimentos sobre a doença, profilaxia com antibióticos para os comunicantes.
O paciente com meningite bacteriana deve ser isolado por sete dias a partir do início do tratamento com antibióticos, que devem ser  administrados por via venosa por um período de 7 a 14 dias, ou mais, dependendo da evolução clínica e do agente etiológico.
O uso de máscaras e a profilaxia com antibiótico podem prevenir a meningite das pessoas que estiverem em contato próximo a um paciente que esteja com a infecção.
EPIDEMIOLOGIA: É doença de Notificação Compulsória para os Casos Suspeitos e Confirmados é IMEDIATA (disque notifica: 0800-644-6645)

Foto: Cérebro com meningite purulenta por Haemophilus influenzae
(Fonte: WIKIPEDIA, 2007b)
Disponível em: http://arquivo.fmu.br/prodisc/farmacia/avs.pdf

MENINGITE VIRAL

O QUE É?
Doença contagiosa, causada por vírus, caracterizada pela Infecção aguda das meninges (revestem o cérebro e a medula espinhal). Geralmente benigna. Raramente grave e fatal.
Enterovírus (Vírus que tem a propriedade de se localizar no tubo digestivo) causa cerca de 80% dos casos. Outros agentes: vírus da caxumba, HIV, Epstein Barr, Vírus herpes e Varicela Zoster.

COMO É TRANSMITIDA?
A transmissão pelos enterovírus é tipicamente fecal-oral e o período de incubação é de 3 até 6 dias. Quando uma pessoa se contamina com um enterovírus em geral por alimentos contaminados, o vírus se multiplica e atinge o sistema nervoso central via corrente sanguínea.
No caso da transmissão respiratória, ocorre com o vírus da caxumba, (o vírus causa infecção de orofaringe com contaminação de gânglios nervosos regionais e posterior progressão para o sistema nervoso central) entre outros.

COMO SUSPEITAR DA DOENÇA?
Cefaléia, febre baixa e fotofobia (intolerância a luz), Vômitos e rigidez, dor abdominal, dores pelo corpo, cansaço e fraqueza, dor na perna durante a posição deitada quando a mesma é levantada (O movimento de levantar as pernas estira as meninges inflamadas causando dor), apesar dos sinais e sintomas ocorre um bom estado geral

COMO PREVENIR?
Higiene das mãos com água e sabão. Evolução espontânea sem tratamento em 3 a 8 dias na maioria dos casos, sem deixar seqüelas.
Os casos podem ocorrer isoladamente, embora o aglomerado de casos (surtos) seja comum. Indivíduos de todas as idades são suscetíveis. Os casos de internação são excepcionais, apenas para evitar a desidratação provocada pelos vômitos, diminuir a cefaléia e melhorar as condições gerais.
O paciente com meningite viral deve ser isolado por sete dias a partir do início dos sintomas.
EPIDEMIOLOGIA: É doença de Notificação Compulsória (Casos Suspeitos e Confirmados)

MENINGITE FÚNGICA

O QUE É?
A Meningite fungica é relativamente rara. As meningites causadas por fungos podem ocorrer como infecções oportunistas ou surgir em hospedeiros imunocomprometidos (diabetes, doença maligna, terapia iminossupressora ou AIDS).
Os agentes patológicos habituais são: Cryptococcus neofarmans, Coccidioides immitis, Candida albicans, Aspergillus spp, Histoplasma capsulatum, Blatomyces e Mucor spp. A meningite crônica pode ser causada por fungos dos gêneros Coccidioides e Candida.

COMO É TRANSMITIDA?

 
Os fungos encontram-se no ar atmosférico em suspensão tendo uma densidade menor do que a do ar. Seus poros estão em constante movimento provados pela força do ar, podendo então ser inalados e também ingeridos ao alcançarem a corrente sanguínea se não debelados antes pelo sistema imune, podem acometer vários órgãos do corpo humano inclusive o sistema nervoso central. O comprometimento pulmonar pode anteceder, em anos, ao acometimento cerebral.
No sistema nervoso central espalham-se rapidamente através do líquor causando reações inflamatórias importantes no cérebro
COMO SUSPEITAR DA DOENÇA?
Reação inflamatória contínua e crônica no espaço subaracnóide e a fibrose aracnóide pode causar hidrocefalia; a endarterite obliterativa pode resultar em isquemia ou infarto do encéfalo que depende da artéria ocluída, com resultado catastrófico como na oclusão da artéria espinhal anterior. Cefaléia frontal,  náuseas e vômitos.

COMO PREVENIR?
Até o momento, não existem medidas preventivas específicas, a não ser atividades educativas com relação ao risco de infecção. Medidas de controle de proliferação de pombos devem ser implementadas. Assim, nas áreas com grande numero de pombos, deve-se diminuir a disponibilidade de alimento, água e, principalmente, abrigos, visando reduzir a população. Os locais com acúmulo de fezes destas aves devem ser umidificados para que os fungos possam ser removidos com segurança, evitando a dispersão por aerossóis. Não há necessidade de isolamento dos doentes. As medidas de desinfecção de secreção e fômites devem ser as de uso hospitalar rotineiro.
- EPIDEMIOLOGIA: Não é doença de notificação compulsória. A investigação deve buscar sua associação a imunodeficiência, bem como implantar as medidas de controle disponíveis.

Referências:

BRASIL, FUNASA – Fundação Nacional de Saúde, Guia de Vigilância Epidemiológica, 5ª edição, Brasília, 2002

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Doenças Infecciosas e Parasitárias, GUIA DE BOLSO, 6ª edição, revista Série B. Textos Básicos de Saúde, Brasília, 2006.

CIMERMAN, Benjamim; CIMERMAN, Sergio, Condutas em Infectologia; Editora Atheneu, São Paulo, 2004

MARTELLIL C. M. T., STEFANIL  M. M. A., PENNALL  G. O., ANDRADEL  A. L. S.S., Epidemias e epidemias brasileiras, desafios e perspectivas de investigação científica, Rev. Brasileira de Epidemiologia, vol.5,  no.3,  São Paulo, Dez. 2002

Endereços eletrônicos:

Nenhum comentário:

Postar um comentário